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Ações Restritas: entenda como esse plano de ILP funciona

Por Julia Campos
6 minutos de leitura
ações restritas

Dentro dos Incentivo de Longo Prazo, existem diferentes variáveis que, quando se agrupam de diferentes formas, resultam em diferentes modelos de plano. Neste artigo, você vai conhecer as Ações Restritas — quais são seus maiores atrativos e características exclusivas. Boa leitura!

Veja como funciona o plano de Ações Restritas

Também conhecido como Restricted Shares, o plano de Ações Restritas é uma das modalidades de Incentivos de Longo Prazo que tem características parecidas com programa de Stock Options, que também é chamado de Stock Options Plan (SOP).

O contrato de vesting, uma espécie de carência que também pode envolver condições de performance, rege uma parte significativa desta remuneração estratégica, bem como no SOP.

Isso quer dizer que as outorgas das ações estão condicionadas a uma carência e/ou a metas de performance individuais ou coletivas. Por isso o plano foi batizado de Ações Restritas — o recebimento do incentivo é restrito ao cumprimento das condições de vesting.

A principal diferença entre esse plano e o de Stock Options é que nas Ações Restritas são disponibilizadas ações para a pessoa colaboradora. No SOP, são outorgadas opções. As opções podem ser exercidas, ou não, para acontecer a compra de ações. 

Já nas Ações Restritas, se as condições previstas no contrato de vesting forem alcançadas, o executivo ou executiva recebe a outorga de ações sem precisar pagar nada por elas no resgate.

Conheça a cláusula de matching

Geralmente, as empresas que adotam o plano de Ações Restritas utilizam a regra de matching, uma cláusula de contrapartida que explicaremos como funciona a seguir.

Para ter o direito de participar das rodadas de outorga, a pessoa colaboradora precisa entrar com uma forma de investimento. Normalmente, a indicação é que o funcionário ou funcionária compre uma determinada quantidade de ações da organização

Geralmente, esse investimento pode ser feito com uma parte do bônus, que é um Incentivo de Curto Prazo (ICP), uma outra categoria de Remuneração Variável.

A diferença para o Stock Options, neste caso, é que, ao invés de pagar pelas ações no momento do exercício, a pessoa colaboradora investe nas ações antes de cada outorga, ou seja, durante o andamento do programa.

Com essa contrapartida, a empresa outorga um número de ações de acordo com um múltiplo de matching. Ou seja —  no caso de um matching 1 para 2, se o executivo ou executiva compra uma ação, a empresa outorga mais duas.

No momento do exercício, o funcionário ou funcionária terá 3 vezes o número de ações que adquiriu.

Entenda na prática

Para que você consiga visualizar melhor como funciona o plano de Ações Restritas, vamos dar um exemplo prático, com valores.

Imagine que a empresa implementa o plano de Ações Restritas. Para ter o direito de participar, a pessoa beneficiária deve investir 25% do seu bônus no momento da outorga. Considerando que o bônus é de R$1.000, significa que ela estará investindo R$250 na outorga.

Agora pense que a regra de matching prevê 1 para 1 em ações. Também leve em consideração que a ação vale R$1. Isso quer dizer que a pessoa está comprando 250 ações e a empresa irá outorgar mais 250.

Caso as condições do vesting sejam alcançadas, ao final do período de carência, a pessoa terá 500 ações da empresa.

Conheça os benefícios do plano de Ações Restritas

O programa de Restricted Shares oferece vantagens exclusivas. Um dos fatores que ajudam a entender se esses benefícios são os mais interessantes para uma empresa, é conhecer as necessidades do negócio. Entenda melhor as vantagens oferecidas pelo plano.

Características vantajosas do matching

A adoção de uma cláusula de matching no plano de Ações Restritas indica três interessantes vantagens para essa remuneração executiva, que são: 

  • opcionalidade — só participam do programa aquelas pessoas colaboradoras que quiserem investir nas ações;
  • onerosidade — para participar do plano, o funcionário ou funcionária precisa investir determinada quantia acordada no contrato de vesting;
  • risco — o investimento feito aumenta o grau de risco da pessoa colaboradora, já que, se as ações se desvalorizarem, ela pode sofrer perdas financeiras.

Isenção de encargos

Caso a empresa opte por adotar a regra de matching e, consequentemente, esses três fatores citados anteriormente, o plano de Ações Restritas passa a ser visto como uma relação mercantil, e não mais como um tipo de remuneração.

Isso significa que a empresa poderá estar mais segura com relação a questionamentos jurídicos e sobre a isenção de encargos sobre o Incentivo de Longo Prazo.

É importante deixar claro que sem a regra de matching esse tipo de ILP se torna mais caro do que outros planos liquidados em ações, mas o ato da bonificação financeira e, consequentemente, a sensação de valorização profissional, se tornam mais evidentes.

Alinhamento de interesses 

Neste plano, a pessoa beneficiária se torna, de fato, acionista da empresa. Portanto, é natural que aconteça o alinhamento de interesses com os outros sócios e sócias. Isso ocorre porque a pessoa passa a se importar mais com questões de desempenho da empresa e se torna mais zelosa sob esse aspecto.

O novo sócio ou sócia ainda passa a perceber mais claramente que quanto melhor for o desempenho organizacional, maiores as chances de as ações se valorizarem. Ou seja, maior será o retorno financeiro do Incentivo de Longo Prazo.

Saiba se o plano de Ações Restritas é o mais indicado para seu negócio!

Neste texto, você leu que as Ações Restritas também podem ser chamadas de Restricted Shares e pôde compreender o motivo pelo qual foram nomeadas dessa forma. Além disso, você conferiu o funcionamento do plano, inclusive com um exemplo prático, e conheceu a cláusula de matching, fator bem importante para esse ILP. Por fim, viu quais são os principais atrativos dessa remuneração.

A Pris é especialista em ILP e pode te ajudar a descobrir se o plano de Ações Restritas é o mais indicado para a sua empresa. Entre em contato conosco para entendermos melhor as necessidades do seu negócio!

Sobre o Autor
Julia Campos é analista de Marketing de Conteúdo da Pris. Cursa MBA em Gestão de Pessoas pela USP/Esalq e é bacharel em Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela UniAcademia. Tem experiência em marketing, produção jornalística, de conteúdo e assessoria de imprensa. Atua como produtora de conteúdo de temas como Remuneração Variável.

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