Cada categoria de Incentivo de Longo Prazo oferece características e vantagens únicas que combinadas, podem se alinhar muito bem às necessidades de uma empresa. Dessa forma, a chance de obter ótimos resultados com a remuneração aumenta. Neste artigo, você conhecerá melhor o modelo de Ações Restritas.

Além das características e das vantagens únicas deste plano, você vai ver uma aplicação prática do funcionamento da remuneração e vai conhecer alguns dos contrapontos às vantagens oferecidas. Esperamos que você faça uma boa leitura!

Como funciona o plano de Ações Restritas

O plano de Ações Restritas, também conhecido como Restricted Shares, é uma categoria de Incentivo de Longo Prazo com pontos semelhantes ao programa de Stock Options.

O conceito de vesting, um tipo de carência que também pode envolver condições de performance, também rege uma parte significativa desta remuneração estratégica.

Ou seja, o recebimento das outorgas é condicionado a uma carência e/ou a metas de performance individuais ou coletivas. É daí que vem o nome Ações Restritas — o recebimento do incentivo é restrito ao cumprimento das condições de vesting.

A grande diferença entre o plano de Stock Options e o de Ações Restritas é que, neste último, o que é disponibilizado para a pessoa colaboradora são ações, e não opções. As opções podem ou não ser exercidas para haver a compra de ações. Cumpridas as condições previstas no contrato de vesting, o executivo ou executiva recebe a outorga de ações sem precisar pagar nada por elas no resgate.

Cláusula de matching

Apesar desta aparente vantagem, a maior parte dos programas de Ações Restritas utiliza a regra de matching.

Essa é uma cláusula de contrapartida. Para participar das rodadas de outorga, a pessoa colaboradora precisa fazer uma espécie de investimento. O funcionário ou funcionária deve comprar uma determinada quantidade de ações. 

Geralmente, esse investimento pode ser feito com uma parte do bônus, que é um Incentivo de Curto Prazo (ICP).

A diferença para o Stock Options, neste caso, é que, ao invés de pagar pelas ações no momento do exercício, a pessoa colaboradora investe nas ações na outorga, ao longo de todo o programa.

A partir da contrapartida, a empresa outorga um número de ações de acordo com um múltiplo de matching. Explicando —  no caso de um matching 1 para 2, se a pessoa beneficiária compra uma ação, a empresa outorga mais duas.

Ao final do programa, o funcionário ou funcionária terá 3 vezes o número de ações que adquiriu.

Exemplo prático

Para que você possa entender melhor como funciona o plano de Ações Restritas, vamos descrever uma aplicação prática.

A empresa adota o plano de Ações Restritas. Para participar, a pessoa beneficiária deve, no momento da outorga, investir 25% do seu bônus. Considerando que o ICP é de R$1.000, significa que ela estará investindo R$250 na outorga.

A regra de matching prevê 1 para 1 em ações. Leve em consideração que a ação vale R$1. Isso significa que a pessoa está comprando 250 ações. A empresa outorga mais 250.

Ao final do período de vesting, se as condições forem cumpridas, a pessoa terá 500 ações.

Vantagens do plano

O plano de Ações Restritas oferece algumas vantagens únicas. Existem contrapontos que podem tornar este um plano não tão atrativo assim a depender do perfil da empresa. Entenda melhor a seguir.

3 características favoráveis do matching

Adotar o conceito de matching pode oferecer três características bem vantajosas a um ILP:

• opcionalidade — só participam do programa aquelas pessoas colaboradoras que quiserem investir;
• onerosidade — para participar do plano, o funcionário ou funcionária precisa investir determinada quantia previamente estipulada no contrato de vesting;
• risco — o investimento feito aumenta o grau de risco da pessoa colaboradora, já que, se as ações se desvalorizarem, ela pode sofrer perdas financeiras.

Isenção de encargos

Por reunir esses três fatores citados anteriormente, o plano de Ações Restritas é enquadrado como uma relação mercantil, e não mais como um tipo de remuneração.

Isso significa que a empresa terá mais segurança com relação a isenção de encargos sobre o Incentivo de Longo Prazo.

É importante ressaltar que sem a regra de matching, essa categoria de ILP se torna mais onerosa do que outros planos, mas o ato da premiação e, consequentemente, a percepção de valorização profissional, se torna mais claro.

Alinhamento de interesses entre acionistas e pessoas beneficiárias

Como a pessoa colaboradora se torna acionista da empresa, ocorre o alinhamento de interesses com os outros sócios e sócias. Isso ocorre porque a pessoa passa a se engajar mais com questões de desempenho da empresa.

Ainda, passa a entender que quanto melhor for o desempenho empresarial, maiores as chances de as ações se valorizarem. Ou seja, maior será o retorno financeiro do Incentivo de Longo Prazo.

No entanto, existe um contraponto. Quanto mais acionistas, mais o equity da empresa se dilui. Isso significa que as decisões mais importantes da empresa passam a ser tomadas em um grupo maior.

Saiba mais sobre o plano de Ações Restritas!

Neste artigo, você pôde ver como funciona o plano de Ações Restritas e conheceu algumas de suas principais vantagens. Você também conferiu uma aplicação prática deste ILP e entendeu alguns contrapontos aos benefícios oferecidos.

Se interessou pelo plano de Ações Restritas e quer saber mais sobre essa categoria de Incentivo de Longo Prazo? Entre em contato com a gente! Vamos adorar tirar suas dúvidas e analisar se esse ILP é compatível com a sua empresa.