Assim como em outros países, de acordo com nossa pesquisa sobre planos de ILP 2016, a forma mais utilizada de ILP ainda são os planos de opções de compra de ações (ESOP ou Stock Options). Mas vale destacar o crescimento de outros tipos de Planos, em especial os de Ações Restritas, conforme destacamos aqui.
É comum que companhias possuam mais de um modelo de Incentivo de Longo Prazo ativo (aliás, é por isso que a soma dos percentuais da nossa figura é maior do que 100%!). Isso ocorre principalmente por três fatores:
Considerando a inclusão de novas formas de remuneração, vale destacar que a maioria das empresas (75% das participantes) possui pelo menos dois modelos de ILP ativos atualmente. Esse valor aumentou em relação à pesquisa de 2015, quando cerca de 30% possuíam duas ou mais formas de Incentivo de Longo Prazo vigentes. Isso só confirma a tendência de redesenho de Planos, conforme comentamos aqui.
É interessante destacar também que cerca de 50% das empresas participantes ainda planejam fazer mudanças nas regras dos seus Incentivos de Longo Prazo ou criar novos modelos de ILP. Os motivos apontados pelas empresas para essa alteração são:
Existem pelo menos dois pontos de atenção para as empresas que possuem mais de um tipo de ILP vigentes, segundo nossa pesquisa.
O primeiro diz respeito à contabilização dos Incentivos de Longo Prazo. Cada tipo de plano de vesting (um outro nome comum para os planos de ILP) possui uma abordagem diferente de contabilização, conforme comentamos aqui. Essa questão é tratada na norma CPC 10 (uma tradução da norma IFRS 2) e deve ser considerada pela empresa no desenho e outorga de novos modelos de ILP.
O segundo ponto de atenção está relacionado à compreensão dos Planos de Incentivo de Longo Prazo pelos beneficiários. Da mesma forma que ILPs com regras complexas podem reduzir os benefícios do ILP (falamos sobre isso aqui), o fato de existirem vários modelos de ILP pode confundir os beneficiários e, consequentemente, reduzir o impacto do ponto de vista de atração e retenção.
Ainda sobre os planos que possuem Matching (o que ocorre em 35% dos participantes), em metade dos participantes, o múltiplo do matching é maior do que 1 ativo investido pelo beneficiário para 3 outorgados pela empresa. Para os demais participantes essa proporção é menor do que 1 ativo investido para 2 recebidos em contrapartida.
Já comentamos aqui que alguns dos principais objetivos dos planos de ILP são a atração e retenção de executivos-chave. Como consequência, a tendência comum que vemos nas empresas é de que a abrangência dos Incentivos de Longo Prazo (ou “contratos de vesting”) seja muitas vezes limitada aos níveis hierárquicos mais altos.
Foi justamente esse o resultado que obtivemos na Pesquisa ILP de 2016. Todas as empresas que possuem Planos de ILP, contemplam seus Diretores Estatutários com este tipo de incentivo.
Nas demais funções, como esperado, quanto maior o nível hierárquico maior a chance deste ser abrangido pelo Plano de ILP. Níveis de Gerência Sênior são abrangidos em 87% das empresas participantes da pesquisa, chegando a 22% no caso de Coordenadores. 9% mencionou outras funções, especialmente key people. Esses resultados são bem próximos aos obtidos em na nossa Pesquisa de ILP 2015 .
Em relação ao número de participantes, nossa Pesquisa sobre ILP de 2016 está bastante heterogênea. Há desde empresas com planos menores do que 10 beneficiários, até empresas com cerca de 300 beneficiários dos Incentivos de Longo Prazo. 15% das empresas participantes destacaram o interesse em expandir o Plano de ILP para mais participantes no futuro próximo.
Do ponto de vista de gestão e contabilização dos planos (sempre ministramos cursos sobre o tema, mais informações aqui) é claro que a demanda por formas mais estruturadas de controle e comunicação com a equipe cresce com o aumento do tamanho dos planos.
Além disso, é importante que a empresa tenha clara a regra para a definição do tamanho da outorga em função do salário ou nível hierárquico do colaborador. Falaremos sobre abordagens para a definição do tamanho de outorgas em outra publicação em breve.
Este artigo é uma continuação do artigo: Pesquisa ILP 2016 - Gestão de Incentivos de Longo Prazo no Brasil.
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