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ILP e Golden Parachute: Qual a relação?

Por Julia Campos
6 minutos de leitura
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Em operações como fusões e aquisições, naturais para o mercado empresarial, é comum que haja a troca de gestão e, consequentemente, parte da equipe de executivos pode ser desligada da companhia. Para oferecer mais segurança na hora de atrair e reter estes profissionais, entra em cena a estratégia Golden Parachute.

Ao prosseguir com a leitura deste artigo, você entenderá o que é Golden Parachute, verá como essa estratégia se popularizou, conhecer seus prós e contras e ainda saberá como se relaciona com o ILP.

O que é Golden Parachute?

Traduzido para o português, o termo Golden Parachute significa paraquedas dourado. Esta é uma espécie de pacote de remuneração para executivos e executivas que visa diminuir os impactos de um possível desligamento em decorrência da troca de gestão após a fusão ou aquisição da empresa.

O pacote rescisório em questão contém uma série de concessões que tornam o desligamento menos abrupto, como:

  • indenização (geralmente paga por uma agência de seguros);
  • continuidade da contribuição para um fundo de pensão;
  • permanência do benefício de seguro-saúde;
  • bônus pago em espécie;
  • concessão de Stock Options.

Quais são os prós e contras dessa remuneração?

Como em qualquer outra estratégia de remuneração, existem as vantagens e os pontos que podem não oferecer tantos benefícios para a empresa. O peso entre prós e contras dependerá das necessidades da companhia.

Entre as vantagens de implementar este pacote de concessões para pessoas executivas, estão:

  • atração e retenção de talentos — executivos de alto nível que buscam estabilidade e segurança podem ser atraídos e retidos em função do pacote que o Golden Parachute oferece;
  • redução de conflitos de interesse durante uma fusão ou aquisição — por receio de perder suas posições, executivos podem ficar hesitantes para concluir a operação. Com o Golden Parachute, esta questão tende a diminuir;
  • redução de aquisições hostis — empresas que pensam em adquirir outras companhias de forma hostil podem pensar duas vezes caso exista o Golden Parachute em jogo. Isso porque quem adquire deve arcar com os custos do pacote de rescisão caso queira substituir a equipe.

Já com relação aos pontos não tão interessantes que esta estratégia apresenta, podemos citar:

  • diminuição da lucratividade — o pacote de compensação pode custar caro e diminuir a margem de lucro da empresa;
  • risco moral —  o fato de os colaboradores estarem cientes de que o Golden Parachute pode garantir uma boa situação no caso de desligamento, pode haver desmotivação entre os executivos para realizar um bom trabalho, portanto, há desalinhamento de interesses entre pessoas colaboradoras e acionistas;
  • aquisições hostis podem continuar ocorrendo — embora tenhamos citado exatamente esta como uma vantagem, grandes operações hostis podem continuar acontecendo, já que o pacote do Golden Parachute é apenas uma fração do montante envolvido. Portanto, a estratégia pode não ser efetiva em determinadas ocasiões.

Por que este tipo de remuneração se tornou popular?

Nos anos 80, o mercado de dívida de baixa qualidade atingiu seu ápice nos Estados Unidos. Consequentemente, se tornou possível comprar qualquer empresa por meio da emissão de junk bonds (títulos de renda fixa altamente voláteis).

Essa condição viabilizou as aquisições hostis, ou seja, que não são negociadas previamente. Com este cenário, o emprego dos Golden Parachutes se tornou praxe.

Dessa forma, os executivos e executivas tinham mais segurança no caso de ocorrer a dispensa após uma fusão ou aquisição, ou, ainda, ao rebaixamento para um cargo menos importante.

No entanto, a remuneração foi ficando cada vez mais cara e reunindo cada vez mais diferentes tipos de compensações, o que acabou por gerar desalinhamento e consternação entre os acionistas das empresas.

O que aconteceu após a crise de 2008?

A crise financeira de 2008 foi decisiva para a história do Golden Parachute. Nos anos que sucederam o episódio, muitas práticas ligadas a esta remuneração foram revistas, já que as empresas estavam enfrentando um cenário adverso e os investidores institucionais começaram a buscar restituições na justiça por conta dos valores abusivos pagos aos executivos.

A partir de então, os novos contratos de Golden Parachute passaram a conter o que era mais interessante para as empresas e seus acionistas. Por conta disso, alguns parâmetros mudaram, como:

  • os prazos dos contratos diminuíram, bem como a oferta de condições generosas;
  • o cálculo da remuneração foi reformulado para absorver mudanças naturais nas empresas;
  • o pagamento do Golden Parachute passou a ter uma exigência dupla — alteração no controle da empresa e alteração no cargo ocupado pelo executivo beneficiário.

Qual é a relação entre ILP e Golden Parachute?

Incentivos de Longo Prazo, conhecidos como ILPs, e Golden Parachute se relacionam pelo fato de ambas as estratégias serem uma forma de remuneração, no entanto, atuam de maneiras distintas.

Enquanto o ILP busca alinhar os interesses entre pessoas beneficiárias e acionistas da empresa, estimular e recompensar a performance, além de atrair e reter talentos, o Golden Parachute tem como maior objetivo oferecer compensações significativas em situações específicas, como as que já citamos.

Além disso, ambos os conceitos estão sempre sendo debatidos quando se trata de governança e compliance, visto que são investimentos que podem impactar as finanças das companhias e precisam ser analisadas pela ótica dos acionistas quando falamos de equidade e transparência.

Saiba mais sobre o assunto!

Neste artigo, você conheceu o conceito de Golden Parachute, viu quais são os prós e contras da estratégia e soube um pouco sobre a história desta remuneração. Além disso, você viu que, basicamente, o paraquedas dourado e o ILP se relacionam basicamente por serem formas de remuneração, mas que atuam de formas bem distintas.

A Pris é especialista em Incentivos de Longo Prazo e pode esclarecer como este tipo de remuneração pode ajudar o seu negócio. Entre em contato conosco e saiba como nossos produtos e serviços podem ajudar sua empresa.

Sobre o Autor
Julia Campos é analista de Marketing de Conteúdo da Pris. Cursa MBA em Gestão de Pessoas pela USP/Esalq e é bacharel em Jornalismo e Publicidade e Propaganda pela UniAcademia. Tem experiência em marketing, produção jornalística, de conteúdo e assessoria de imprensa. Atua como produtora de conteúdo de temas como Remuneração Variável.

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