Iniciamos uma série de artigos sobre boas práticas na comunicação de ILP para os beneficiários (Para conferir o conteúdo da semana passada clique aqui). Continuaremos agora falando sobre O que Comunicar aos beneficiários:
O objetivo mais fundamental do plano de comunicação dos Planos de Incentivos de Longo Prazo é fazer com que os beneficiários entendam as regras e conceitos dos planos.
Apenas um ILP plenamente compreendido pelo beneficiário consegue evitar interpretações incompletas e consequentemente insatisfações no futuro. Essas insatisfações iriam contra os objetivos convencionais dos planos de ILP: alinhamento do interesse entre beneficiários e acionistas e consequente aumento do comprometimento com os resultados da companhia.
O primeiro ponto que deve ser comunicado é em relação às razões pelas quais a empresa decidiu criar o Plano de Incentivos de Longo Prazo. Convencer o funcionário de que o plano serve apenas para benefício dele próprio, com eventual aumento de sua renda, está longe de ser uma boa prática.
A mensagem, desde que sincera, deve ser que o Plano de Incentivos de Longo Prazo visa o ganho coletivo, ou seja, a elevação da renda dos colaboradores da empresa através da compreensão da corresponsabilidade deles em relação ao crescimento e, consequente, bom resultado da empresa. A demonstração da relação entre produtividade e valor, entre dedicação e crescimento, em especial através de números e projeções, gera mais sinergia e compromisso.
Falando em bons resultados, é importante deixar claro ao beneficiário detalhes da outorga, em especial as regras de carência (vesting), que normalmente incluem condições de permanência na companhia (condições de tempo) e condições de desempenho (condições de performance), que podem ser individuais, coorporativas ou mesmo mercadológicas. Em outras palavras, é importante deixar claro “o que tem que acontecer” para que ele tenha direito a resgatar suas ações ou exercer suas opções.
No caso das Stock Options (o que vale também para as Phantom Options e SAR – Share Appreciation Rights), é importante deixar claro que o próprio preço de exercício da opção funciona como uma condição de performance, já que o beneficiário não tem ganhos quando a ação está abaixo do preço de exercício.
Ainda nas situações em que existem condições de performance, outra variável importante é “até quando” a condição deve ser atendida. Não necessariamente a condição deve ser atendida conjuntamente com o fim do período de carência – na verdade pode até existir uma condição de performance que independa de períodos de carência ou vencimento. Isso também é válido no caso das Stock Options e é claramente definido como o vencimento das opções.
Também é importante dar ao beneficiário uma ideia do ganho futuro que ele pode ter com o Plano de Incentivo de Longo Prazo. Isso pode ser feito apresentando situações reais vivenciadas em outras outorgas, ou apresentando situações de ganho (e também “não ganho”) por meio de simulação de cenários.
Isso é especialmente importante em planos que utilizam o conceito de matching, já que nesses casos o beneficiário tem que investir (normalmente uma parte do seu bônus ou Incentivo de Curto Prazo – ICP) para participar da outorga de Incentivos de Longo Prazo. Ou seja, o beneficiário deve ser capaz de fazer uma “análise de investimento” antes de entrar no plano.
Finalmente, é importante atualizar o beneficiário sobre a evolução da sua outorga, seja com a atualização do valor que ele possui no portfólio (inclusive o que está em carência e o que já pode ser resgatado) – o que tem grande importância no aspecto de retenção, seja com a atualização sobre datas-chave (datas de vesting/carência e vencimento), seja com informações sobre os procedimentos de entrada no plano (especialmente nos casos de matching) e resgate.
No próximo capítulo continuaremos nossa série falando sobre Quando Comunicar os planos de ILP aos beneficiários.
E, se preferir, pode baixar o material completo acessando o link abaixo:
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