Com a reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos e as recentes decisões do governo Lula, o mercado financeiro caminha em um cenário de desafios e oportunidades tanto no Brasil quanto no cenário global.
Aqui estão as principais tendências observadas no Pris Exclusive pelo economista João Scandiuzzi e a cientista política Lorena Laudares.
Cenário Internacional: Reeleição de Trump
A política de "America First" deve marcar o novo mandato de Donald Trump, com impactos diretos no mercado financeiro global:
- Dólar forte e inflação: A valorização do dólar continuará pressionando economias emergentes, como o Brasil, que enfrentam depreciação cambial e alta nos custos de importação
- Taxas de juros elevadas: A manutenção de juros altos nos Estados Unidos para conter a inflação deve atrair capitais para o mercado americano, desafiando investimentos em outros países.
- Tarifas comerciais: Possíveis novas tarifas sobre produtos chineses podem beneficiar setores como mineração e siderurgia nos EUA, mas prejudicarão países que dependem do comércio global, como o Brasil.
Cenário Nacional: impactos das políticas do governo Lula
O Brasil enfrenta desafios internos relacionados ao controle fiscal e à inflação:
- Pressão fiscal: A necessidade de cortes de gastos é essencial para equilibrar o orçamento e preservar a confiança dos investidores. O governo Lula tem buscado alternativas para conter o descontrole das contas públicas, mas o mercado segue cauteloso.
- Inflação elevada: As projeções apontam um estouro na meta de inflação também em 2025, o que pode impactar o poder de compra e a política monetária do Banco Central.
- Setores estratégicos: Energia, agronegócio e mineração devem manter relevância, mas a volatilidade cambial e incertezas fiscais podem limitar o crescimento.
Oportunidades e estratégias para empresas e investidores
- Foco em commodities: Empresas brasileiras exportadoras, como Vale e Gerdau, podem se beneficiar de mudanças no comércio internacional devido às políticas protecionistas dos EUA.
- Gestão de risco cambial: A volatilidade do dólar reforça a importância de estratégias robustas para proteger margens de lucro e custos operacionais.
- Títulos públicos e renda fixa: Com juros altos no Brasil e nos EUA, títulos de renda fixa continuam atraentes para investidores mais conservadores.
Em resumo, o mercado financeiro de 2025 será fortemente impactado pelas políticas econômicas globais e locais. Adaptar-se a esse ambiente desafiador exigirá planejamento estratégico, diversificação de investimentos e atenção às movimentações macroeconômicas.