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Regulamentação e Inteligência Artificial

Por Leandro Rangel
3 minutos de leitura

A interseção entre regulamentação e inteligência artificial (IA) é um tópico crucial no cenário tecnológico atual. À medida que a IA se torna cada vez mais presente em nossas vidas, é essencial entender como os regulamentos impactam seu desenvolvimento, uso e aplicação. Um dos principais marcos regulatórios que atingem a IA é a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), implementada no Brasil. 

Como a LGPD regulamenta a IA?

A LGPD possui várias disposições que impactam diretamente o uso de tecnologias de IA, especialmente no contexto do processamento de dados pessoais. Abaixo estão os principais pontos sobre como a LGPD regula a IA:

1. Finalidade, adequação e necessidade:

  • Os dados pessoais processados por sistemas de IA devem ser utilizados para finalidades específicas, explícitas e legítimas.
  • Esses dados devem ser adequados, relevantes e limitados ao necessário para os propósitos específicos de processamento.

2. Consentimento:

  • A LGPD exige que as organizações obtenham o consentimento do titular dos dados antes de processá-los.
  • Isso é especialmente relevante quando se trata de sistemas de IA que lidam com informações pessoais.

3. Transparência:

  • Os titulares dos dados têm o direito de saber quando a IA está sendo usada para processar suas informações pessoais.
  • Além disso, eles têm o direito de entender a lógica e as técnicas empregadas nos sistemas automatizados.

4. Acesso, correção e eliminação:

  • Os titulares têm o direito de acessar seus próprios dados pessoais.
  • Eles também podem solicitar correções caso encontrem informações imprecisas.
  • Em certos casos, podem pedir a exclusão dos dados processados por sistemas de IA.

5. Revisão de decisões automatizadas:

  • A LGPD concede aos titulares o direito de solicitar a revisão de decisões tomadas exclusivamente com base em processamento automatizado de dados pessoais.
  • Isso é importante para proteger os interesses dos indivíduos afetados.

6. Segurança:

  • As organizações devem aplicar medidas de segurança técnicas e administrativas aos sistemas de IA.
  • Isso visa proteger os dados pessoais contra acessos não autorizados, perdas ou danos.

7. Responsabilização e prestação de contas:

  • As organizações que utilizam IA para processar dados pessoais devem demonstrar conformidade com as regras da LGPD.
  • Isso envolve adotar práticas e medidas que comprovem a conformidade com as diretrizes estabelecidas.

8. Transferências internacionais:

  • Se os sistemas de IA processam dados pessoais e esses dados são transferidos para fora do Brasil, essa transferência deve cumprir as regras da LGPD para transferência internacional de dados pessoais.

A LGPD desempenha um papel fundamental na regulamentação da IA, garantindo que os direitos dos indivíduos sejam protegidos enquanto a tecnologia avança. É essencial que empresas e desenvolvedores estejam cientes dessas diretrizes e as incorporem em seus projetos de IA.

Sobre o Autor
Leandro Rangel é sócio da Pris. Mestre em Direito Internacional e graduado em Relações Internacionais pela PUC Minas, possui expertise em comunicação e produção de conteúdo em temas como Remuneração Variável e Incentivos de Curto e Longo Prazo.

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